A contar do final da segunda guerra mundial, o Nordeste se defrontou com duas oportunidades para realizar transformações de vulto, com potencial de promover uma redução significativa no hiato de desenvolvimento econômico e social que acumulou em relação às regiões mais ricas e construir uma sociedade mais equilibrada socialmente, diminuindo as injustiças abissais com que nos defrontamos todos os dias.
A primeira oportunidade foi na segunda metade dos anos cinquenta quando o presidente Juscelino Kubitschek convocou um grupo de técnicos, Celso Furtado à frente, para dar uma resposta abrangente aos reclamos por uma política de transformação para a região. Celso Furtado já assinalava no final dos anos cinquenta que o Nordeste, pelo tamanho de sua população, era a região de maior pobreza do hemisfério ocidental. O regime político de 1964 extraiu da política de desenvolvimento formulada por Furtado apenas o aspecto modernizador da economia, sufocando as demandas por regaste da situação social.
Autor: Prof. Dr. Ricardo Lacerda